Bem amigos, caso achem esse simples bosque de mini camélias originárias de Okinawa muito singelo, eu tambám achei, mas foi feito pelo Mestre Massahiko Kimura, e um aluno dele também perguntou isso à ele, porém ele respondeu que queria fazer algo começando de mudas simples e que chegaria a uma obra final muito bela com o tempo, e que assim motivaria a maioria dos aficcionados por bonsai que costumam apenas a ver árvores magníficas expostas, daí então este é um material que muitos podem começar a trabalhar por ser fácil e acessível de encontrar, então começou seu trabalho, e essa matéria recheada de ensinamentos e dicas.
Essa é a parte baixa escolhida como frente levando em consideração a posição das árvores.
Os antigos proprietários as deixaram crescendo de qualquer jeito sem a grande preocupação em um grupo de dez árvores, se começa então uma poda de três delas, deixando um total de sete, por serem de mesmo diâmetro e se posicionando em frente à algumas outras importantes.
Dando uma conferida na base retirando uma capa superficial do substrato.
Esta camélia é uma planta tropical mas aguenta invernos normais, segundo Kimura, espécie que fez muito sucesso quando apresentada no Kokufu por sua floração branca.
Troncos muito tortos que não seguem o movimento natural do resto das outras árvores serão conduzidos com aramação, todos os cortes muito bem limpos pois a casca da camélia é muito bonita e queremos uma rápida e bonita cicatrização.
O transplante seria feito apenas no final do inverno e neste momento a preocupação seria apenas ajeitar as árvores em suas posições finais pois estavam se cruzando demasiadamente.
Mestre Kimura mostra uma grande preocupação e capricho em como fazer a poda, no corte em si, muito limpo e depois de cortar com alicate ele finaliza abrindo pouquinho mais para uma rápida cicatrização, pode ser feito com um estilete ou uma faca bem afiada.
Se as podas puderem ficar pra trás, melhor ainda, sobraram agora apenas as que são harmoniosas entre si.
Não foi necessário separar as árvores para compor o grupo porque Kimura teve bom senso em escolher apenas as que se pareciam entre si, para que estejam harmoniosamente parecendo que sofreram as mesmas intempéries naturais, dando assim naturalidade e leveza.
Kimura sensei trabalha com arame de cobre e para não machucar a casca das plantas ele protege encapando o arame com papel toalha, esse usado em cozinha mesmo, faz algumas tiras e os encapa.
Forma de encapar, simples assim, enrolando o papel no arame mas deixando uma ponta sem papel pois será enfiado no substrato para dar a base e ancoragem para o mesmo.
Após podas de ramas secundárias menos harmoniosas começa a dar uma ajeitada com as mãos para que no momento que se passe o arame, o tronco vá com mais facilidade e se rompa menos, ficando assim mais flexível.
Se fixa o primeiro arame no solo da primeira e mais grossa árvore, depois da primeira volta vai aramando o resto da mesma com bastante firmeza.
Ao dar a forma à curva devemos sempre sentir o polegar dentro da curva, escutando e sentindo quaisquer estalos que o galho faça, isso com muita atenção para que não se quebre o mesmo.
Com arame grosso se trabalha os acabamentos com alicates para não machucar as mãos, detalhe para o alicate que Kimura sensei usa para isso, facilmente encontrado em lojas de ferramentas aqui no Brasil e com preço bem mais acessível que muitas ferramentas tipo o alicate de jin, que muitos usam para este fim, e devo dizer que a uso há muitos anos…
Na última foto mostra como faz um furo para colocar o arame no solo caso este esteja muito compactado.
Após finalizar a aramação em todos os troncos e dobrar fazendo a composição final, vem a revisão de todo trabalho observando o refinamento.
Após corrigir os troncos começaremos a corrigir os galhos, começando a estrutura de ramificação.
Pra dobrar alguns ramos mais grossos continuaremos a usar o arame de cobre protegido, porém para ramos mais finos será usado o de alumínio, pois é muito mais maleável.
Ao aramarmos vamos também podando alguns galhos desnecessários, as vezes só notamos ao finalizar o trabalho, porém é prudente deixar alguns galhos a mais e podar depois, mais fácil que querer colar depois né? rsrs
Antes e depois de cortar e aramar a rama principal.
Ao finalizar a aramação vamos fixar as árvores uma na outra, nesse caso de duas em duas, para posicionar mais firmemente no conjunto.
Camelia lutchuensis depois do trabalho.
Artista: Massahiko Kimura sensei.
68 Cm de altura.
Bonsai Passion Ed.32.
Nilsson
04/08/2017 — 11:34
muito massa
Nilsson
04/08/2017 — 11:35
Muito legal.
Foram varias mudas ou uma so?
fabianocosta
04/08/2017 — 22:04
Oi Nilson, são várias mudas num pote único, abraço kiridu.
Roberto Gerpe
04/08/2017 — 12:02
Inspirador
fabianocosta
04/08/2017 — 22:03
Verdade amigo Bob, abração meu querido.
Vânio Dias
04/08/2017 — 13:00
Que legal meu amigo, parabéns pela matéria, daqui as uns anos veremos como ficará esse bosque de Camélias.
Obrigado pela matéria.
fabianocosta
04/08/2017 — 22:02
Coisa simples feita por quem sabe né amigo, a simplicidade é o último estágio…
Mary
05/08/2017 — 07:49
Que aula! Muito obrigada por compartilhar, 😊
Jonas Azevedo
05/08/2017 — 11:45
Parabéns pela matéria Fabiano e Thereza!
Não entendi o final da matéria, se puder explicar agradeço:
“Ao finalizar a aramação vamos fixar as árvores uma na outra, nesse caso de duas em duas, para posicionar mais firmemente no conjunto.”
fabianocosta
06/08/2017 — 22:55
Oi Jonas, então, olhe na foto que foram aramadas entre si algumas árvores em pares, para se firmarem melhor como conjunto.
Abração meu caro.
william
19/08/2017 — 10:46
Muito legal a matéria. Um projeto simples que ficou legal e harmonioso. Uma aula com ótimo exemplo pra mim iniciante.
silvvio ferraz
13/05/2018 — 17:24
parabens professor
trabalho com muita seriedade e amor o seu.
Wilson
28/07/2018 — 18:31
Parabéns pela matéria professor muito lindo a aula
fabianocosta
21/11/2018 — 17:07
Obrigado meu amigo.