A Associação Paranaense de Bonsai, conduziu uma entrevista exclusiva para a revista A Arte Bonsai com o bonsaísta Carlos Tramujas, sobre um assunto importante no desenvolvimento de nossos bonsai que é a desfolha. Profunda e técnica, representa um importante acréscimo ao conhecimento de bonsaístas de todos os níveis.
APB: A desfolha é um dos assuntos que gera informações controversas. Você acha que este assunto merece uma melhor atenção por parte dos bonsaístas?
Carlos Tramujas: Acho importante num primeiro momento definir o termo “desfolha”, que nada mais é do que a retirada das folhas de uma árvore através de métodos mecânicos e manuais ou químicos. Este processo poderá ser total ou parcial conforme a necessidade ou o objetivo que queremos alcançar. O método manual consiste na eliminação das folhas com tesouras, pinças desfolhadoras ou até mesmo as mãos e é o método que utilizamos usualmente no cultivo do bonsai. No caso da desfolha química, utilizam-se certos produtos como, por exemplo, a própria uréia em altas concentrações. É um método para se trabalhar com um grande volume de plantas e que deverá ser aplicado sempre com muito cuidado, dependendo do produto utilizado e da espécie em questão.
A desfolha sem dúvida é uma das técnicas utilizadas no bonsai que merece muita atenção. Normalmente as pessoas que estão iniciando na arte, têm um certo receio em realizá-la, até por ainda não terem muita intimidade com as plantas. Para quem não está familiarizado com o assunto, arrancar todas as folhas de uma árvore pode parecer um tanto agressivo, além de gerar dúvidas com relação à integridade da planta. Espero poder esclarecer aqui os principais pontos relacionados
APB: Quais os principais motivos que devem levar alguém a fazer desfolha?
Carlos Tramujas: Realizamos a desfolha com as seguintes finalidades:
– Reduzir o tamanho das folhas da árvore.
Um dos objetivos principais da desfolha é a redução do tamanho das folhas, com a finalidade de obtermos resultados mais harmônicos e proporcionais, principalmente quando trabalhamos com bonsai de pequeno e médio porte. Como normalmente a desfolha é feita no verão onde o vigor da brotação é inferior ao que ocorre na primavera, as folhas se desenvolvem naturalmente menores. Após alguns anos consecutivos utilizando o método da desfolha é possível conseguirmos folhas com um tamanho até vinte vezes inferior ao tamanho das folhas de plantas cultivadas no campo, por exemplo.
– Aumentar a ramificação dos galhos.
O aumento da ramificação dos galhos é resultado do estimulo das gemas dormentes e que estão presentes nas axilas das folhas. Quando retiramos as folhas, estimulamos diretamente o desenvolvimento destas gemas e muitas delas se transformam em novos e pequenos galhos. Para aumentar a probabilidade destas gemas dormentes se desenvolverem, devemos eliminar a extremidade do galho que foi desfolhado, pois desta forma inibiremos o seu crescimento apical, estimulando o desenvolvimento dos brotos localizados na parte interior. Do contrário, se não eliminamos a ponta do broto ou do galho, a força de crescimento irá para sua extremidade fazendo com que cresça em extensão, desenvolvendo desta forma, folhas ainda maiores o que inibirá a brotação na parte interna. Devemos lembrar que quanto maior a ramificação secundária e terciária da árvore, maior será a tendência desta planta em produzir folhas menores.
– Estimular o crescimento de certas regiões da planta, inibindo o desenvolvimento de outras.
Utilizamos também a desfolha para favorecer o crescimento em algumas zonas da planta, restringindo ao mesmo tempo o crescimento em outras partes, para desta forma equilibrarmos o desenvolvimento da planta como um todo. Se por exemplo, queremos engrossar um galho de um Acer, quando realizamos a desfolha, eliminamos as folhas de toda a planta, menos do galho que queremos engrossar, desta forma, esta região da planta continuará crescendo continuamente, enquanto o resto da planta, ficará com o crescimento parado, até que se inicie a nova brotação. É muito comum utilizarmos este tipo de desfolha quando queremos corrigir o diâmetro do ápice, quando este é demasiado fino em relação ao restante do tronco.
– Troca das folhas em árvores de folhas perenes, eliminando as folhas velhas, danificadas, e com o aspecto feio.
A desfolha neste caso serve para melhorar a estética da árvore, e é utilizada no caso de árvores com folhas perenes, ou seja, que não perdem as folhas no outono. Os ficus em geral são um bom exemplo, já que não perdem as folhas e normalmente no final do inverno, estas, apresentam um aspecto feito e amarelado. Nestes casos, é muito conveniente trocarmos as folhas todas da árvore, para obtermos uma folhagem nova.
– Acentuar a coloração outonal em árvores de folhas caducas.
Um dos motivos pelo qual desfolhamos as árvores de folhas caducas é para acentuar a coloração outonal, assim como para garantir uma permanência maior das folhas na planta. Se mantivermos as folhas do crescimento primaveril, muitas vezes ao passar pelo verão as folhas ficam levemente queimadas e quando chegam no outono, elas secam parcialmente ao invés de assumirem a coloração outonal. Do contrario, se fazemos a desfolha no verão, as folhas chegam no outono, muito mais bonitas e vigorosas, tendo mais condições de assimilarem os açucares necessários para a mudança de cor.
– Realizar aramações durante o verão com a finalidade de refinar a estrutura da árvore.
Quando desfolhamos as árvores no verão, podemos aramar sem problemas, primeiro porque a ausência total de folhas facilita muito a colocação do arame principalmente sem danificar brotos jovens e gemas e segundo porque o crescimento a partir da nova brotação que muitas vezes ocorrerá no final do verão, já não é tão intensa, o que propiciará que o arame fique muitas vezes até o final do inverno.
APB: Sabemos que muitas espécies não aceitam a desfolha. Poderia nos exemplificar? E porquê?
Carlos Tramujas: Existem duas situações básicas em que não realizamos a desfolha, a primeira delas é quando a espécie não necessita, ou seja, já apresentam folhas com um tamanho bastante reduzido, como é o caso da Serissa, do Cotoneaster, ou da Lonicera. Nestes casos a aplicação desta técnica é inviável, primeiro pelo trabalho exaustivo e depois pelo pequeno resultado obtido. A segunda situação está relacionada com a dificuldade que algumas espécies apresentam em brotarem após a eliminação total das folhas. Como experiência pessoal posso comentar que, sem dúvida, podemos aplicar esta técnica na grande maioria das árvores que são trabalhadas como bonsai, principalmente se aplicamos a técnica de uma maneira correta e respeitando sempre a integridade da árvore.
Ao longo dos meus anos dedicados à arte do bonsai, posso dizer que já desfolhei quase todas as espécies que passaram pelas minhas mãos, com resultados bastante satisfatórios. Não posso deixar de comentar sobre as espécies de coníferas em geral, como o caso dos Juniperus, Pinus e Chamaecyparis entre tantas outras, que não aceitam a aplicação da desfolha, com o risco de perdermos a planta. Por outro lado, a grande maioria das caducifólias suporta bem esta técnica, com poucas exceções, como é o caso do Ginkgo biloba, que apresenta uma brotação falha após a aplicação da técnica. Mesmo no Acer palmatum atropurpureum, por exemplo, que é freqüentemente citado na literatura como uma espécie que não tolera a desfolha, pela dificuldade que apresenta em desenvolver suas gemas dormentes, tenho aplicado a desfolha com muito sucesso.
Já as pitangas, jabuticabas, e outras mirtáceas toleram perfeitamente a aplicação desta técnica. A conclusão a que chegamos com relação a esta técnica é que a medida em que adquirimos mais experiência dentro da arte e desejamos cultivar bonsai com mais intensidade, a desfolha se torna indispensável.
APB: No caso das caducifólias, devemos fazer a desfolha se elas por si próprias não se desfolharem na época propícia?
Carlos Tramujas: Este já é outro caso. Como comentei anteriormente, podemos ter como referência de melhor época para realizarmos a desfolha, meados do verão, ou seja, Janeiro e Fevereiro, pois nesta época as árvores têm reservas suficientes para brotarem, mas não com o mesmo vigor da primavera. Na realidade quando fazemos a desfolha no verão, induzimos a planta a pensar que está diante de uma nova primavera. No caso da sua pergunta em específico, realizaremos a desfolha, só que na época de perda normal das folhas, ou seja, na entrada ou entre o outono. Isto se faz necessário quando cultivamos árvores caducas em regiões onde o inverno não é rigoroso o suficiente para fazer as plantas entrarem em dormência. Em alguns casos as árvores cultivadas nestas condições perdem apenas parte das folhas, e o restante deve ser eliminado manualmente. Este processo ajuda um pouco na adaptação da árvore, mas sem as horas de frio suficientes, dificilmente esta planta se desenvolverá em sua plenitude, como, por exemplo, apresentando as bonitas colorações outonais.
APB: E a desfolha parcial para incentivar a brotação. Poderia nos esclarecer?
Carlos Tramujas: A desfolha parcial já foi comentada anteriormente, e é uma das maneiras de estabelecermos um equilíbrio na harmonia entre todas as zonas da árvore. Podemos utilizá-la para engrossar um primeiro galho, por exemplo, deixando-o crescer a medida em que desfolhamos o restante da planta, ou mesmo para engrossar o ápice no caso de uma poda radical com a substituição do líder. O importante a entendermos no caso da desfolha parcial, é que o elemento da planta que continuar com folhas, seja o galho, o ápice ou mesmo um pequeno broto, ele será privilegiado em crescimento, em relação ao restante dos elementos que formam a estrutura da árvore e que foram desfolhados.
Quando falamos em desfolha parcial total da planta, nos referimos na eliminação de uma certa porcentagem da massa verde, para facilitarmos a ventilação e a entrada do sol, como no caso das Bougainvilleas (Primaveras) que brotam com muito vigor, formando massas de folhas demasiadamente densas e compactadas. É importante nestes casos eliminarmos as folhas velhas e grandes e tentarmos fazer com que a copa da árvore respire melhor. Desta forma também prevenimos que os pequenos brotos situados no interior da árvore não sequem por falta de luz. Esta operação é considerada mais uma limpeza do que propriamente uma desfolha.
APB: Mesmo considerando que nosso país tem dimensões continentais, Carlos, dá para formular uma regrinha sobre desfolha com relação às épocas?
Carlos Tramujas: Se entendermos o processo, podemos realizar a desfolha, mesmo sem olharmos para o calendário. O primeiro que devemos observar é que as folhas estejam realmente maduras, ou seja, no máximo do seu tamanho natural e desenvolvimento. O segundo ponto está em observarmos o crescimento geral da planta. O momento da desfolha é justamente entre uma fase de crescimento e outra. Isto pode parecer confuso, mas é fácil de entendermos se observamos, por exemplo, o crescimento de um Acer que começa a se desenvolver com vigor na primavera, onde os brotos podem atingir mais de um metro se deixados crescerem livres.
Após este período de brotação intensa, a planta para de crescer por um período, como se estivesse descansando, isto ocorre normalmente no final da primavera e continua até praticamente a metade do verão, onde reinicia seu crescimento, só que desta vez com menos vigor e intensidade.
O ponto correto para realizarmos a desfolha é momentos antes da planta reiniciar esta segunda fase de crescimento. No caso do Acer e das caducifólias em geral é mais fácil identificarmos esta situação, mas com um pouco de prática passaremos também a identificar nas demais espécies. Estes “melhores momentos” é que definem a quantidade de desfolhas que podem ser realizadas durante o ano, sem estressar demasiadamente as plantas. As bougainvilleas, por exemplo, podem facilmente ser desfolhadas duas ou até três vezes ao longo do ano, principalmente em regiões com climas favoráveis e sem invernos definidos. Como regra básica para quem esta começando, a metade do verão sem dúvida, é o melhor momento. Outro conselho é que comecem apenas com uma desfolha por ano independente da planta, até conhecerem melhor as espécies com que estão trabalhando no momento.
APB: Planta debilitada ou doente, pode ser desfolhada?
Carlos Tramujas: Este é um dos principais comentários a ser feito nesta entrevista. Não adianta de nada conhecermos as técnicas em profundidade, aplicá-las corretamente, se nossas árvores não tem condições de suportá-las. A desfolha jamais deverá ser aplicada em plantas debilitadas, fracas ou mesmo doentes, com risco de perdermos galhos inteiros e até mesmo a planta toda. A recuperação da planta após a eliminação total das folhas requer uma energia muito grande, portanto devemos antes de fazer a desfolha estarmos atentos para três pontos importantes:
O primeiro está relacionado com a adubação, pois se adubarmos a planta no momento da desfolha, existe a probabilidade das folhas novas virem ainda maiores que as anteriores. Para evitarmos esta surpresa é conveniente realizarmos a ultima adubação duas ou três semanas antes de desfolharmos, sendo que voltaremos a adubar se for necessário, somente depois do amadurecimento completo das folhas novas.
O segundo ponto diz respeito à aplicação da desfolha na época mais adequada, principalmente em regiões com estações definidas, com é o caso do sul do Brasil. Se desfolharmos muito tarde nestas regiões, a planta não terá capacidade de brotar antes de entrar no outono e enfraquecerá bastante.
O terceiro ponto está diretamente relacionado com os cuidados básicos após a desfolha. Não devemos esquecer que a absorção de água pelas plantas com a ausência total de folhas é muito pequena ou quase nula, portanto é conveniente também controlarmos a freqüência da rega, deixando que o substrato seque levemente entre uma rega e outra. Após a brotação, voltaremos a regar de forma normal. O excesso de água no momento da brotação também poderá aumentar significativamente o tamanho das folhas. O sol é um redutor natural do tamanho das folhas, portanto o melhor após a desfolha é colocarmos a planta a pleno sol, se por acaso for uma espécie mais sensível, deveremos protegê-la apenas nas horas mais quentes do dia. Plantas cultivadas em ambientes sombreados têm naturalmente as folhas maiores do que aquelas cultivadas a pleno sol. Se por acaso temos uma planta doente ou debilitada, deveremos sempre em primeiro lugar recuperar esta planta, antes de aplicarmos qualquer tipo de técnica de poda ou de modelagem.
APB: Cronologicamente, desfolha, aramação, poda de raízes e transplante podem ser feitos num mesmo momento?
Carlos Tramujas: Podem em algumas espécies, desde que sejam previamente preparadas para agüentar isso tudo de uma só vez. Como a maioria das desfolhas são realizadas em pleno verão, este sem dúvida não seria o melhor momento para transplantarmos, mas o que podemos fazer sem dúvida é passar um bom arame. As espécies de Ficus em geral toleram a aplicação destas operações simultaneamente. Na Espanha, onde trabalhei, os Ficus eram desfolhados, aramados e transplantados de uma só vez e durante o pleno verão. Os motivos principais são, que a brotação da primavera como é mais intensa resultava em brotações muito vigorosas e, portanto com folhas muito grandes.
Outra coisa é que ajudava também a aliviar um pouco o excesso de tarefas com as demais espécies na entrada da primavera. As técnicas de desfolha e aramação quase sempre devem caminhar juntas, uma complementando a outra.
APB: Carlos, muito se fala em desfolha manual ou cortando a folha com tesoura preservando o pecíolo. Poderia nos esclarecer esse assunto?
Carlos Tramujas: A desfolha com a pinça desfolhadora ou mesmo com a tesoura é muito trabalhosa, principalmente em árvores grandes e frondosas e muitas vezes durante o processo dá vontade de arrancarmos as folhas com as mãos para terminarmos de uma vez.
Antes de comentarmos sobre plantas específicas, devemos entender o que nos leva a optar por um método ou por outro. Sempre o método manual, arrancando as folhas com os dedos será o mais fácil e o mais rápido, mas para aplicá-lo com segurança, antes devemos observar as gemas dormentes nas axilas das folhas (ponto de inserção do pecíolo no galho) e fazermos um teste.
Arrancamos algumas folhas isoladamente e observamos o estado em que ficou a gema dormente. Em algumas situações quando arrancamos uma folha, a gema se destaca do galho e acaba saindo junto com ela, presa ao pecíolo, em outros casos, apesar da gema permanecer no galho fica muito danificada. Um dos fatores de extrema importância que ajuda a minimizar estas dificuldades é que sempre devemos levar em conta o sentido em que arrancamos as folhas e este deverá ser sempre no sentido da extremidade do galho.O Acer palmatum é uma espécie que devemos desfolhar sempre utilizando a tesoura, pois suas gemas são muito sensíveis. A maneira correta de fazermos é cortarmos os pecíolos das folhas pela metade, sendo que depois de alguns dias, estes cairão sozinhos.
No Acer buergerianum, por exemplo, a desfolha pode ser manual, e o que fazemos é fecharmos a mão na base do galho com uma leve pressão e puxamos em direção a sua extremidade, arrancando desta forma todas as folhas. Se por acaso não saírem todas, no final do processo repassamos galho por galho eliminando as que permaneceram, mas sempre prestando a atenção no sentido em que as arrancamos. Com os ficus em geral podemos proceder da mesma forma, assim como com as jabuticabeiras, pitangueiras, ulmus e muitas outras espécies.
APB: Bem, acho que tivemos uma verdadeira aula sobre desfolha que, com certeza, estará ajudando em muito a todos nós praticantes dessa nobre arte. Muito obrigado Carlos.
Carlos Tramujas: Gostaria de aproveitar a oportunidade para dar os parabéns ao Eduardo Campolina pela belíssima iniciativa de divulgar a arte do bonsai através desta revista digital. Espero em outros momentos poder voltar a dar a minha contribuição.
rodrigo
17/01/2009 — 09:01
Muito interesante aara esclaresi muitas das minhas duvidas na questão da desfolia parabéns pela entrevista.
Fabiano Costa
17/01/2009 — 11:37
Olá Rodrigo, fico contente que vc tenha gostado, assim como eu tbm, o crédito é da APB, e do nosso grande mestre Tramujas, que sabendo perguntar se terá muito a aprender, pois as entrelinhas são muito interessantes…
Abração,
Fabiano
Marcos Castilho
03/02/2009 — 21:02
Legal Fabiano grande entrevista amigo.
Fabiano Costa
05/02/2009 — 17:34
Fala Marcos, pois é cara, grande iniciativa da APB com o Tramujas.
Abração,
Fabiano.
Astolpho
28/02/2009 — 01:33
Foi um ótima aula sobre a desfolha, continue sempre postando mastérias esclarecedoras amigo Fabiano…. aprendi e tirei algumas duvidas… obrigado
Fabiano Costa
03/03/2009 — 11:59
Valeu Astolpho, a idéia é essa mesmo, um lugar com matérias mais interessantes além do trivial.
Obrigado amigo.
Matheus
15/05/2009 — 16:49
Olá Fabiano,
Parabéns pelo site. Parabéns pela matéria da APB, ela ajuda a tirar várias dúvidas porém me deixou com outras! Tenho dois buxinhos e li em outros sites a recomendação em não fazer a desfolha, segundo Tramujas apenas os pinheiros e algumas outras espécies (?) não devem passar pelo processo. Será que você consegue entrar em contato com algum deles para essa questão?
Independente da informação, mais uma vez parabéns pelo seu trabalho e continue assim.
Fabiano Costa
20/05/2009 — 20:28
Oi Matheus, obrigado. A matéria é mesmo muito boa, quem merece parabéns é APB e Carlos, que fazem acrescentar à arte bonsai no Brasil, cada um de sua forma.
O buxus sempervirens (buxinho), mesmo não sendo uma conífera como é o caso dos pinheiros e juníperos, também não gosta de ser totalmente defolhado, geralmente o galho que fica com pouca massa verde, que náo seja o suficiente para garantir sua sobrevida realmente vem a secar.
O que lhe sugiro é sempre fazer a desfolha parcial, eu particularmente sempre tiro as folhas velhas no qual já tenham gemas mais desenvolvidas, com muito cuidado para não destacar também estas no ato da retirada da folha velha.
Quando o galho primário for mais desenvolvido e já com secundários bem estruturados, a folhagem no qual não faz parte destes secundários ou terciários também podem ser retirada, isso vem também do bom senso, tem que ver bem se não farão falta, cada caso é um caso.
Qualquer dúvida adicional ou caso eu não tenha sido claro me mande um e-mail ok?
Abraço,
Fabiano.
timEU
10/12/2009 — 23:09
fabiano meu caro… meu buxinho está passando por alguns problemas… alguns galhos as folhas ficaram totalmente amarelas (todas elas) o que vc me recomenda? retiro as folhas e deixo os galhos? ou podo os galhos?
link para as fotos dele hoje em dia:
http://picasaweb.google.com/timeu.fo/Bonsai?feat=directlink
valeu!
Fabiano Costa
11/12/2009 — 16:41
Meu caro timEU…o buxus sempervirens tem esta característica de mau humor mesmo, dependendo do trato no qual ele está levando, ou seja, da condição no qual ele está sendo mantido, umidade, insolação, drenagem de substrato e algumas cozitas masss…
Estes galhos com folhas secas não voltarão mais, você pode podá-los sim, é muito difícil galhos de buxus sem folhas, que venham a brotar novas gemas, principalmente de galhos finos como esses.
Você pode me mandar um e-mail com as condições de sol e rega para eu te dar um toque mas já vi que o substrato utilizado não é muito drenante e se ele permanecer em ambiente interno, não haverá santo que o ajude, ele é uma planta externa, de sol pleno, pelo menos umas 3 a 4 horas diárias no mínimo, não deixe o substrato secar totalmente mas muito cuidado para não deixá-lo sempre encharcado, buxus tem uma tendência absurda de atrair fungos, então evite umidade excessiva.
Gostaria de saber também que tipo e que frequência consiste a adubação que você está fazendo, e se realmente o está…
Meu endereço: fabianoscosta@hotmail.com
Abraço,
Fabiano.
Felipe Dallorto
09/11/2010 — 12:33
Oi Fabiano, meus parabéns pelo seu blog, muitas informações valiosas e de grande aprendizado!
Gostaria de pedir um auxilio, se puder, seguinte: fiz uma desfolha total no meu Acer buergerianum e três dias depois começou a brotar direto….já no quarto ou quinto dia após a desfolha, fiz a troca de vazo somente, sem cortar as raízes que eram poucas…… até aí sem problemas…a planta brotou normalmente……já no segundo dia da troca de vazo, fiz a rega diária a noite e a planta amanheceu com suas folhas todas murchas….. e até gora não brotou mas nada, isso já tem 4 dias…… enfim…gostaria de pedir um conselho seu, o que faço agora neste momento?
Grande abraço e obrigado !
Felipe
Fabiano Costa
09/11/2010 — 13:12
Olá Felipe, tudo bem?
Veja bem, quando você diz que a planta estava com poucas raízes, fico meio preocupado, o ideal seria se tivesse feito fotos desse procedimento, mas agora já é tarde, vamos ao que podemos ainda fazer remediando.
Você chegou a deixar as raízes limpas ou deixou um torrão de segurança nestas poucas raízes?
Chegou a usar um hormônio para enraizamento e deixou a planta em sombra após o traansplante?
É muito normal parar de brotar, pois o que interessa pra planta agora é aliviar do stress do transplante, pois com certeza ela sentiu.
Além de deixar sempre úmida, pulverize sempre as folhas também, principalmente neste período, se puder, com o mesmo hormônio.
A brotação pós transplante é comum pois seria resultado da seiva bruta ainda alimentando os brotos que deveriam crescer, mas na falta dela circulando posteriormente, as folhas desidratam e murcham.
Então muito cuidado para não deixar ela secar agora, um lugar bem ventilado será ótimo, se puder me mandar fotos da planta, pode enviar por e-mail que seria mais fácil de analisar também.
Tomara que tenha feito um substrato bem drenante com boa retenção de umidade.
Grande abraço,
Fabiano.
Felipe Dallorto
09/11/2010 — 14:56
Oi Fabiano, muito obrigado pela sua atenção e resposta!
Em relação as raízes, não deixei o torrão nelas, tive que lavar, pois o substrato que estava era muito ruin, barro com terra…. logo após a lavagem, coloquei de molho no hormônio para enraizamento e fiz o transplante num substrato de pedrisco, ceramica e terra….. a planta tá na sombra…. vou tirar algumas fotos e te mando por email para ter uma avaliação melhor.
Muito obrigado!!!
Grande abraço
Felipe
Leonardo Couto
14/05/2011 — 13:07
Olá Fabiano, tudo bem?!
Achei incrível essa entrevista, mas ainda assim permanece uma dúvida…
Moro na região serrana do estado do Rio de Janeiro, em Nova Friburgo. Gostaria de saber se há alguma técnica mais específica para fazer com que os aceres adquiram a coloração outonal. O meu ulmus adquire a coloração amarela antes de perder as folhas, até o buxinho fica avermelhado, contudo o palmatum e o tridente as folhas apenas queimam e depois caem.
Já apliquei a técnica de desfolha em ambos no verão do ano passado e nada…
Nesse ano, novamente fiz desfolha no verão, e eles ainda apresentam um verde bem viçoso da brotação, nem sinal de outono pra eles, enquanto o ulmus já começa a empalidecer… Aliás todos já começam a sentir o outono, menos os “artistas principais” da estação.
Eu li em alguma postagem do Walter Pall, menção à “rica adubação orgânica e mola de chuva”. Você saberia me dizer sobre isso?!?!
Ou então me ajudar com alguma outra técnica?!
Forte abraço,
Leonardo Couto
Fabiano Costa
14/05/2011 — 19:08
Olá Leonardo, eu moro no litoral catarinense e aqui é bem calor, mas no inverno faz um friozinho danado, porém não chega nem aos pés do frio serrano carioca, então acho que a chance de ficarem com cores outonais mais fortes aí é muito grande, quem sabe você pode se informar com o povo do RJ sobre isso, tenho um amigo que é produtor e mora na região de Teresópolis, ele com certeza seria mais indicado a te ajudar com esta questão, chama-se Luciano Bennyakob e vc pode encontrá-lo nos fóruns: http://bonsaistudio.forumvila.com/ e no http://arte108.forumeiros.com/, pode dizer que lhe indiquei.
Abraço,
Fabiano.
Leonardo Couto
15/05/2011 — 11:37
Olá Fabiano!!
Obrigado pelo contato, vou procurá-lo!!
Forte abraço,
Leonardo Couto
JOÃO PAULO
10/07/2011 — 11:42
Prezado Fabiano, tenho um bonsai de Jemelão e quero fazer uma desfolha. Qual a melhor época para realizá-la e esta planta é suscetível à desfolha? Abraços.
Fabiano Costa
04/08/2011 — 17:40
Olá João, infelizmente não conheço bem a espécie, aconselho você a postar alguma pergunta em fóruns sobre bonsai aqui no Brasil, sempre tem alguém com alguma experiência, ok?
Abração.