Um bonsai além de retenção adequada de umidade, precisa de 2 coisas apenas no substrato, drenagem e aeração!

Drenagem:

– Um solo encharcado prolifera fungos e pode apodrecer as raízes capilares, bem como a base do tronco (que também se torna foco de fungos).

– Esse substrato permanecendo encharcado por muito tempo desenvolve algas na superfície que acabam por impermeabilizar o substrato mantendo ele cada vez mais úmido.

– Quanto mais encharcado o substrato menor vai ser a aeração.

Aeração:

– Um substrato aerado estimula o surgimento de raízes capilares, que são as raízes que nos interessam pois são elas que nutrem a planta.

– A aeração no substrato promove um melhor desenvolvimento das colônias de EM (quando inoculadas), por sua vez os EM (microrganismos eficientes) se associam as raízes das plantas aumentando a capacidade de absorção de nutrientes e ativando o sistema imunológico da planta.

Matéria orgânica: A matéria orgânica é composta de partículas finas, que com a rega vão se assentando entre as partículas maiores do substrato e acabando com a capacidade de drenagem e aeração do mesmo. A capacidade de fornecimento de nutrientes via matéria orgânica é limitada, quando se esgota você precisa fornecer mais matéria orgânica, tornando o seu substrato cada vez mais lotado de resíduos de matéria orgânica decomposta.

Caqueira: Por ser um produto resultante de alta queima o caco é um composto resistente a degradação (não esfarela gerando partículas finas) o que ajuda a manter o substrato drenante e aerado ao longo do tempo. Os cacos cerâmicos são porosos, logo conseguem reter umidade, e também se tornam um ponto de fixação para o estabelecimento de colônias de EM. Por conseguir reter umidade, mas ser drenante o substrato não fica encharcado.

Pedrisco: É inorgânico e livre de qualquer agente patógeno, ajuda na drenagem e consegue segurar a umidade. A água fica presa por tensão superficial os pedriscos, se usado junto com a caqueira apresenta um bom resultado por não segurar muita água.

Usar pedrisco puro não é recomendável pois ele, em função do clima, pode secar rápido demais. O substrato 100% inorgânico traz muitas vantagens para a planta, principalmente na recuperação pós transplante.

O substrato será livre de agentes patógenos, como fungos decompositores e outros que podem estar presentes na matéria orgânica, principalmente se essa não estiver completamente decomposta. A aeração e a drenagem do substrato fornecem um ambiente adequado para o surgimento de novas capilares e a forma irregular do caco promove a ramificação de raízes, pois a mesma quando encontra uma superfície redonda e lisa tende a contornar e quando encontra uma superfície irregular tende a se bifurcar.

Nesse período de recuperação, a planta trabalha mais com suas reservas de energia do que com absorção de nutrientes, já que suas raízes capilares foram podadas, logo o pensamento de querer colocar matéria orgânica no substrato para que tenha nutrientes para as plantas não vai ser de todo procedente, fora que esse material utilizado, normalmente terra preta ou condicionador de solo, não são ricos em nutrientes, e logo os mesmos ficaram escassos necessitando de mais nutrientes para a planta.

Essa matéria orgânica como dito anteriormente pode conter agentes patógenos e agentes decompositores que liberam gases nocivos, dependendo do grau de matéria orgânica não decomposta no substrato o mesmo pode sofrer elevação de temperatura. A redução da capacidade de drenagem e aeração vai reduzir também a capacidade de recuperação das raízes capilares. Mas então como trabalhar com adubação orgânica sem contaminar o substrato com resíduos que vão compromete-lo?

É nesse ponto que entra a adubação líquida. Os adubos fermentados líquidos com adição de EM, ou simplesmente bokashi líquido tem mostrado grande eficácia no casamento com o substrato inorgânico. O mestre Rock Júnior utiliza esse conjunto a uns 20 anos e divulga o mesmo em todos os lugares onde vai. O Adubo líquido deixa uma quantidade pequena de resíduos no substrato, não sendo eles capazes de comprometer a drenagem e aeração do mesmo.

O adubo fermentado líquido pode ou não ser feito com inoculação de EM, sendo de conhecimento as vantagens dos EM para as plantas é preferível optar por adubos líquidos inoculados, mas adubos líquidos não inoculados também são eficientes e podem e devem ser utilizados. Apenas lembrado que quando inoculamos EM no substrato o processo de adubação deve ser continuo pois não estaremos mais apenas adubando a planta, mas também alimentando a colônia de EM.

Problemas sobre o substrato 100% inorgânico: Mesmo a caqueira retendo umidade o substrato tende a secar muito mais rapidamente, necessitando mais regas em períodos quentes do ano. Esses problemas podem ser amenizados com uso de sombrite sobre as plantas nos períodos mais quentes do ano, bem como utilizar uma camada de musgo seco ou esfagnum (esses comprados em floricultura para usar em orquídeas) sobre o substrato, isso vai ajudar a manter o substrato úmido por mais tempo.

Vasos pequenos também podem ser colocados parcialmente enterrados em uma vasilha com areia.

Carvão vegetal: O carvão pode e deve ser utilizado na composição do substrato, porém triturado e peneirado para ficar na mesma granulometria da caqueira e do pedrisco e livre de pó, lembrando apenas que não se deve utilizar carvão usado retirado da churrasqueira, por estar contaminado com sal e gordura. A principal função que ele cumprirá no substrato é fitossanitária, não deixando que fungos nocivos a planta se proliferem no substrato. Outra característica é a liberação lenta e gradual de nutrientes (por ser muito lenta e gradual ele não vai comprometer o substrato), além de ajudar na retenção de umidade, porém não se deve exagerar na quantidade, sendo essa no máximo de 10 a 15% da composição.

Um mito que surgiu na internet é que o uso do carvão acidifica o substrato, essa informação não procede, é exatamente o contrário, ele ajuda a corrigir o PH. Carvão ativado usado em filtros de aquário também podem ser utilizados. Material complementar para se aprofundar no assunto produzido pelo canal Como fazer bonsai (ECFB) do professor Fabiano Costa.

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